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'Tarifaço' estadunidense representa uma ameaça direta à segurança alimentar e pode pressionar o avanço da fronteira agrícola sobre a Amazônia

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1 de agosto de 2025
Tarifas de Trump e o Risco para a Amazônia
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Uma medida unilateral imposta pelos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, coloca em risco mais de US$10 bilhões em exportações brasileiras. À primeira vista, a questão parece ser apenas comercial, um ajuste de balança que afeta grandes cadeias produtivas. No entanto, uma análise mais atenta revela que o impacto de tal decisão é muito mais profundo, atingindo diretamente a segurança alimentar, a agricultura familiar e, de forma alarmante, o futuro da floresta amazônica.
O "tarifaço" imposto pelos EUA é um golpe direto na economia rural brasileira. Os pequenos produtores e a agricultura familiar, que já operam com margens estreitas, são os primeiros a sentir o peso da instabilidade. A queda na demanda por produtos como mel, frutas e carne gera incerteza e prejudica toda a cadeia de produção, da roça à mesa do consumidor. Em um país que ainda enfrenta um cenário de insegurança alimentar, esse tipo de medida não apenas dificulta o sustento de quem produz, mas também eleva os preços e reduz a disponibilidade de alimentos para milhões de pessoas.
O efeito cascata não para por aí. A pressão econômica sobre o setor rural é uma ameaça direta à Amazônia. Quando a agricultura familiar é sufocada e os pequenos produtores perdem sua estabilidade, o avanço da fronteira agrícola sobre as áreas de floresta se torna uma alternativa de sobrevivência para muitos. O que deveria ser um esforço global para proteger a floresta se choca com decisões políticas que, na prática, incentivam a degradação ambiental em nome de interesses comerciais. A relação entre políticas de comércio e o desmatamento é inegável, e o "tarifaço" americano demonstra como uma ação distante pode ter consequências devastadoras no coração do maior bioma tropical do mundo.
O contexto internacional torna a situação ainda mais crítica. A Organização das Nações Unidas (ONU) já se manifestou, por meio de resoluções como a A/RES/79/167, indicando que medidas unilaterais como essa violam o direito à alimentação e ameaçam a segurança alimentar global. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 2, reforçam a urgência de corrigir as distorções no comércio agrícola global para garantir a sustentabilidade e a equidade. Em um ano de grande expectativa para a COP, que terá a Amazônia como centro do debate, é inaceitável que potências globais ignorem o impacto de suas decisões no direito fundamental à alimentação e na integridade ambiental.
O caso do "tarifaço" é um exemplo claro de como a falta de cooperação e a imposição de medidas unilaterais por países poderosos colocam povos inteiros e ecossistemas sob risco. É preciso uma governança global que integre a justiça comercial, a soberania alimentar e a proteção ambiental. Somente com um compromisso real com a multilateralidade e com o respeito aos direitos de todos os povos podemos construir um futuro verdadeiramente justo e sustentável.
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